É engraçado como os nossos maiores erros podem acabar por
se tornar os nossos maiores acertos…
Para quem não sabe, chamo-me Bárbara Corby, tenho vinte anos
e há seis meses atrás tomei a decisão de mudar-me para Roma durante seis meses,
através do programa ERASMUS. Vim para cá essencialmente para estudar a língua,
conhecer uma cultura e um lugar novo. Mas parecendo que sim, não é tão fácil
assim.
Não é tão fácil assim de um dia para o outro mudar de país,
sem família, sem amigos, sem ninguém, sem sequer saber onde vamos morar ou
aquilo que vamos encontrar. Mas isso era exactamente aquilo que eu precisava
naquele momento. Se eu nunca admiti isto para ninguém, hoje admito aqui, até
para mim, que esta foi sim uma oportunidade de fuga, de me desencontrar para um
dia poder me encontrar novamente.
Eu precisava estar longe de tudo
que eu conhecia e tomava por garantido, para poder olhar as coisas de fora e
com mais clareza.
Quando se têm vinte anos, começamos a ser obrigados a tomar
decisões… O que vamos fazer depois? Enquanto estamos a estudar e a fazer o
nosso curso, somos estudantes, ninguém realmente olha para nós. Mas e depois? Eu
optei por aprender fazer aquilo que eu mais gostava, optei pela profissão na
qual eu seria uma profissional realizada. Mas reparem bem,”uma profissional
sem um emprego” é o quê mesmo? Esta era só uma das ENORMES preocupações que
passava pela cabeça de uma rapariga como eu. Depois desta ainda existiam outras
preocupações GIGANTES que incrivelmente foram se tornando cada vez mais pequenas
e insignificantes.
Bem então eu entendi, que quando
fugimos os problemas também fogem connosco (na verdade eles são nossos (a/ini)migos
inseparáveis). A verdade é que durante as vinte quatro horas do dia, havia
aquelas em que eu estava a descobrir uma nova vida, a tentar entender uma
língua nova, a conhecer novas pessoas, em que tudo era uma novidade na qual eu
ainda estava a tentar entender o meu lugar. Mas depois, quando deitas a cabeça
na almofada tudo volta, voltam os pensamentos, voltam as dúvidas, as raivas e a
vontade de esquecer. Esta acho que nem que lhe batesse durante horas ela ia
embora… Até que um dia esqueces-te de tentar esquecer. É aí que percebes que o
teu objectivo começa a ser cumprido. Começas finalmente a encontrar-te e a
entender o que realmente importa.
Em ERASMUS aprendi principalmente
que quantas maiores as dificuldades, maiores são os objectivos cumpridos e
maiores as vitórias alcançadas. Conheci pessoas incríveis e outras, que em
poucos meses, quanto tiveram que me oferecer uma pequena lembrança, ofereceram-me
exactamente aquilo que eu compraria! Conheci pessoas que mudaram a minha vida,
que me fizeram querer alcançar novos objectivos. Aprendi sobretudo a conviver.
Comprovei que a tão famosa “Fontana di Trevi” tem sim a sua magia e senti
saudades, saudades que não se acabavam mais!
Claro que não me podia esquecer
de agradecer aos meus pais e à minha família por terem tornado esta experiência
possível.
Agora é hora de voltar à
realidade. Mas volto com a sensação de dever cumprido, de que encontrei tudo aquilo
que vim à procura. É por isso que vos digo sinceramente que Roma foi uma
aventura inesquecível e alucinante, que com certeza trouxe novos mundos ao meu
Mundo!
*No meu blog, podem ver um
bocadinho desta minha viagem, e se estiverem na dúvida de embarcar nesta
aventura ou não, não hesitem. Não se vão arrepender!